Tirana do Lenço Florido
Hoje mais pro fim da tarde
Vou ‘ tirá ‘ um potro na estrada
Que ontem quase que se empacha
Correndo boi na ‘canhada’
Mas confesso que é desculpa
Pra cruzar no teu ranchinho
Que há dias to com essa balda
De te pensar com carinho
Ato um ‘nó de correr vaca’
E um ‘buçal de coração’
Só pra estar de boa vista
Quando cruzar teu rincão
To rezando dês de agora
‘Pruns’ santos que eu nem sei bem
Que tu estejas na janela
Com olhos de ‘querer bem ‘
Morena quando me acenas
Eu nem sei bem o que penso
Talvez tu tenhas mandinga
Pois sinto que me respinga
As flores que traz no lenço
Pensei até ‘levá’ um verso
Pra te dizer na cruzada
Mas meu bagual ta mañero
Vem se assombrando por nada
Ta pressentindo, chinoca
Teu mal me quer na intenção
Te peço então que me atire
De volta o meu coração
Tirana por que me acena
Se não é por bem querer?
O teu sorriso me esconde
O que tu quer me dizer
E até ‘as flor ‘ que eu colhia
Teimavam em me ‘dizer’
Eu tentiei sempre o teu sim
E ganhei teu ‘mal me quer’
Morena este teu lencinho
És mais tirano que tu
Cada flor que nele mora
Tem mais ‘pua’ que as esporas
Espinhando este xirú