Beco Sem Saída
Vendendo a melhor droga das esquinas
Chega mais, quem é o próximo?
Droga boa, droga viva, droga fina
Quando eu morrer eu lanço o meu álbum póstumo
Ah, eu nunca tive muito luxo
Eu sou do tempo que nós catava latinha
Pra levar no ferro velho, ganhava uns centavo lixo
Só que eu também catava muito umas minas novinha
Um MC não pode ter medo do que ele fala
É tipo ser polícia e não saber uma arma
Pena que isso acontece... lembrei da Ágatha!
Imagina se praticasse o amor Ágape?
Olha pra nós...
Tirando vida por papel, comendo plástico
Como pode ser engraçado se é tão trágico?
Quem dera se a felicidade fosse impressa tipo HP
Nessas esquinas tem que saber por onde cê anda
(Por onde anda hein...)
É por isso que eu sempre me livro
Tem que ter respeito pra continuar vivo
Eu me livrei dessas correntes, mano eu não me privo
Nas esquinas manos não usam faca, usam
(brrrt)
Todos eles não tem nada a perder nessa vida
É melhor tu ter cuidado com aquilo que você fala
Você não quer ser levado nesse beco sem saída
(Há)
Tem que ter respeito e disposição
Malandro que é malandro tá na contenção
Não queira arrumar treta com os meus irmãos
Senão vai ser enterrado, mas sem ter caixão
Th é uma faca na tua jugular, cria das roda de rima do vinho
Da ponte pra cá man não passa nada, dos pico onde vocês não passam sozinhos
Minha rua é o poço de sina mórbida, um berço de ferro onde a Síria dorme
Eu já vi o inferno fitar meus olhos, o meu pomo de adão tem pulado cordas
Onde esquinas vazias devoram homens, eu me vi homem feito no chão da sala
Onde as contas de casa engoliram sonhos, o demônio no coldre vomita balas
Meus irmãos maquinados dormindo em celas, dinheiro no bolso é dor maquiada
Domec no copo e os olhos dela, mapeando o volume dessa quadrada
Eu morro por isso, amo quase nada, mato por isso, amo quase nada
Eu sou parte disso como Quasímodo, meu Bairro é uma catedral em chamas
Meu drama, ela nua num quarto e sala, com a garganta dormente diz que me ama
Tem a mente de um padre celibatado confessando um menino de doze anos