Não Arrastes o Meu Caixão

Samuel Úria

Não arrastes o meu caixão
Que o macadame tornou-se infame
E a traição dificulta a tração

E é por isso que eu volto à poeira
Menos atroz o atrito à madeira
Das tábuas do meu caixão

Os ornamentos tornaram-se lisos
Vaidade morta, só restam narcisos
Em coroa no meu caixão

Não arrastes o meu caixão
Que as carpideiras perderam maneiras
E o cortejo tornou-se motejo

Em epitáfios talhados por cegos
Entre sevícias entrego-me aos pregos
Das tábuas do meu caixão

Do meu sarcófago fazes saltérios
Como a uma lira dedilhas os lírios
Em coroa no meu caixão

O estranho esquife que espreias, esconso
Valsa convulsa em volta do vulto
Que habita no meu caixão

Curiosités sur la chanson Não Arrastes o Meu Caixão de Samuel Úria

Quand la chanson “Não Arrastes o Meu Caixão” a-t-elle été lancée par Samuel Úria?
La chanson Não Arrastes o Meu Caixão a été lancée en 2009, sur l’album “Nem Lhe Tocava”.

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