Memória e Fado
Geraldo Carneiro, Egberto Gismonti, EGBERTO GISMONTI AMIM, GERALDO EDUARDO RIBEIRO CARNEIRO
Porque o sonho terminava
Quando o dia amanhecia
No espelho vinha um medo
Desse gosto morto do passado
Mergulhado na memória
Eu não queria que a vida
Findasse no abismo desse quarto
Amargando amargurada solidão
Porque a hora se esvazia
Na memória do espelho
Como um fado
Teço o fio do meu sonho cheio de mistério
Um rosário de silêncio
E a minha boca fechada
Com medo da sombra desses anjos
Que se foram e não voltam nunca mais